sábado, 26 de novembro de 2011

Internacional

 Tribos líbias protestam contra composição do novo governo

Alguns clãs líbios disseram nesta quarta-feira que não reconhecerão o novo governo do país, cuja divulgação na véspera reavivou rivalidades regionais que ameaçam a ainda frágil estabilidade nacional após a deposição e morte de Muammar Gaddafi.
Ao montar o novo gabinete sob o comando do primeiro-ministro Abdurrahim el Keib, o Conselho Nacional de Transição (CNT, o governo provisório) tinha a necessidade de equilibrar os interesses das diversas facções tribais, regionais e ideológicas, que tentam ocupar o vácuo deixado pelo fim dos 42 anos do regime Gaddafi.
Em princípio, as principais facções não mostraram discordâncias com o novo gabinete. Até mesmo os políticos islâmicos, privados de qualquer cargo importante, não se queixaram. Mas grupos menores se disseram negligenciados.
Pela manhã, cerca de 150 pessoas ligadas às tribos Awagi e Maghariba protestaram em frente a um hotel de Benghazi (leste) que serve de sede para o CNT, segundo testemunhas. "Não a um governo de forasteiros!", dizia um cartaz.
O autointitulado Conselho Amazigh Líbio pediu a suspensão de todas as relações com o CNT, em protesto contra o novo governo. Os amazighs (ou berberes) são uma minoria étnica perseguida no regime de Gaddafi, e que agora pleiteiam um maior reconhecimento do seu idioma e da sua cultura.
"O congelamento temporário será efetivo até que o CNT reconcilie as exigências dos amazighs líbios", disse o grupo em nota.
As nomeações para o novo gabinete pareceram colocar as afiliações regionais acima da experiência de cada cargo.
A chancelaria, por exemplo, foi entregue ao obscuro diplomata Ashour bin Hayal, oriundo de Derna (leste), um tradicional reduto anti-Gaddafi. Havia ampla expectativa de que o posto seria ocupado por Ibrahim Dabbashi, embaixador-adjunto na ONU, que rompeu com Gaddafi no começo do ano.

fonte: estadão.com
Lucas Braga

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